segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Haiti enterrou 70 mil mortos em covas coletivas, diz governo local

Informação é de alto funcionário do governo haitiano.
Cruz Vermelha classifica situação de 'desesperadora'.

O secretário para a alfabetização do Haiti, Carol Joseph, anunciou neste domingo (17) que cerca de 70 mil pessoas tiveram de ser enterradas em covas coletivas em consequência do terremoto que atingiu o país caribenho na terça-feira (12).

De acordo com a agência de notícias France Presse, Joseph também informou que o país deve ficar sob estado de emergência ao menos até o fim do mês.

Mais cedo, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha havia classificado como "desesperadora" a situação de milhares de pessoas nas ruas de Porto Príncipe. Os hospitais da capital haitiana não têm mais espaço para atender o fluxo de feridos.

Cobertura completa: terremoto no Haiti

Foto: Julie Jacobson/AP
Idosa dorme no chão em frente a uma clínica de repouso que desabou em Porto Príncipe. Sem comida ou cuidados médicos, alguns dos cem pacientes do local já morreram de fome. (Foto: Julie Jacobson/AP)
"Alguns encontraram um pouco de sombra, mas a grande maioria está sentada em pleno sol. Os odores de urina são opressivos", acrescentou Schorno, que conseguiu visitar a maioria dos bairros da capital.

  ONU

Na tarde deste domingo chegou ao Haiti o  secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Ele percorreu as ruínas da sede da missão da ONU em Porto Príncipe e teve um encontro com o presidente René Preval.

Apesar das chances de se encontrar alguém com vida serem cada vez menores, um dinamarquês integrante da missão de paz da ONU no país foi retirado com vida dos escombros do prédio da organização em porto-príncipe.

  Vivendo na rua

Segundo o CICV, dezenas de milhares de sobreviventes, temendo réplicas do terremoto, passaram sua quinta noite nas ruas ao lado dos milhares de corpos em decomposição que ainda não foram recolhidos.


"Há corpos inchados em decomposição nas ruas, um líquido amarelo sai de muitos deles. As motos e os automóveis tentam desviar, mas ninguém olha para eles", segundo Schorno.


A ajuda internacional maciça esperada ansiosamente por milhões de pessoas atingidas demora a chegar, reconhece o CICV.


"O acesso às barracas, aos banheiros, à água, aos alimentos e aos cuidados médicos continua sendo muito limitado", segundo os especialistas da organização humanitária no local.


Tanto o CICV, como a ONU, consideram também que a situação nos hospitais é muito preocupante. As estruturas médicas de Porto Príncipe não têm pessoal e medicamentos. Os hospitais não têm espaço, estão lotados", explica o CICV em seu comunicado.


No único hospital de campanha, que funciona no bairro de Martissant, há apenas quatro médicos para 400 pacientes. "O hospital está completamente saturado e dezenas de feridos e doentes esperam na porta", indica o CICV.


Cerca de cinquenta médicos estrangeiros são aguardados, "mas, para alguns pacientes, talvez seja tarde demais", acrescenta.

Do G1.com

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