terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Documento apreendido mostra ação de suposto ‘espião’ de Arruda na polícia

Informante escreveu para governo sobre operações da Polícia Civil.
Documento mostra anotações sobre Operação Tellus.


Documento apreendido pela Polícia Federal mostra que o governo do Distrito Federal supostamente recebia informações sobre operações sigilosas da Polícia Civil do DF. O documento, encontrado na casa de Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete do governador afastado José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM),  traz anotações sobre a Operação Tellus, que investigava a suspeita de cobrança de propina na Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Na época, a secretaria era comandada pelo governador interino do DF, Paulo Octávio.
Arruda, por intermédio de seu advogado, negou as informações.

A pedido do Ministério Público Federal, a cúpula da secretaria foi alvo de escuta telefônica, em que assessores de Paulo Octávio foram flagrados cobrando propina de empresários que pleiteavam lotes pelo programa Pro-DF.

No documento apreendido pela PF, um informante relata ao governo que todos os subsecretários estavam sendo interceptados por uma divisão da policia civil e diz que o assunto merece cuidado. Ele informa ainda que o diretor da divisão ou seja, o responsável pela investigação, é uma pessoa da confiança dele. O informante também sugere que o governador acione a cúpula da Policia Civil para explicar as investigações.


A Operação Tellus ficou paralisada por quase três meses e, no dia 17 de julho do ano passado, três delegados foram exonerados. As exonerações do chefe do Departamento de Atividades Especiais, Cícero Monteiro, de Marco Aurélio, agente da divisão que comandava a Operação Tellus, e de Érico Vinícius Mendes, que comandava a Operação Tucunaré, foram publicadas no Diário Oficial.

O alvo da Operação Tucunaré são as relações de doleiros suspeitos de lavagem de dinheiro com Marcelo Toledo, apontado como homem da confiança de Paulo Octávio. Toledo também aparece na Operação Caixa de Pandora, que apura o suposto esquema de distribuição de propina a aliados de Arruda. Marcelo Toledo é citado pelo delator do esquema, Durval Barbosa, como operador de Paulo Octávio. Ele aparece em vídeos conversando sobre propina com Durval.
Outro lado
O advogado do governador afastado José Roberto Arruda, Nélio Machado, disse que ainda não teve acesso integral ao inquérito e que só vai comentar a ação penal quando ela estiver instalada, e não as investigações.

Nélio Machado disse ainda que existe uma “perseguição ao governador” e que ele está sendo “crucificado”. A Globo News não conseguiu falar com o advogado do governador em exercício, Paulo Octávio.

Já a assessoria da Polícia Civil disse que os inquéritos correm em segredo de Justiça e que as conclusões obtidas até agora foram encaminhadas ao Ministério Público e ao Judiciário. A assessoria também negou ter qualquer conhecimento sobre vazamentos nas investigações.


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Do G1.com

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