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Meteorologia // Estações registraram ventos com velocidade de até 86 km/h. Na Várzea, intensidade chegou a dobrar
Juliana Colares
julianacolares.pe@dabr.com.br
Juliana Colares
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Os fenômenos naturais estão deixando o pernambucano de "cabelo em pé". Desta vez, literalmente. Depois do tremor de terra sentido em janeiro, agora foi a vez de ventos fortes assustarem a população. Contrariando as previsões de intensidade fraca a moderada, a velocidade do ar em movimento chegou a 86 km/h por volta das 13h30 de ontem, segundo registro da plataforma de coleta de dados meteorológicos do Recife, localizada no Bairro de San Martin. Na Várzea, a estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou um pico de 51 km/h às 14h. Força suficiente para causar transtornos. Ao meio-dia, no mesmo ponto, a intensidade foi de 25,6 km/h.
O Corpo de Bombeiros recebeu mais de 15 chamados, nenhum com vítimas. Pedaços de árvores e placas caíram. Carros foram atingidos. Telhas foram arrancadas do lugar e tampas de caixa d'água voaram. Isso em cidades como Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Em Boa Viagem, cadeiras e guarda-sóis foram carregados pelo vento,assustando os banhistas. Teve gente que deixou a praia com medo de ser atingido por um objeto "voador". A subestação de energia da Tamarineira foi afetada, provocando queda de energia em trechos de seis bairros da Zona Norte do Recife, além de municípios como Bonito, Camucim de São Félix e Bezerros. A falta de luz começou por volta das 13h. À noite, ainda havia localidades sem energia, em Casa Amarela, Boa Vista e Boa Viagem, por exemplo. A previsão para os próximos dias, segundo dados do Inmet, é de ventos fracos a moderados.
Segundo a coordenadora do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe), Francis Lacerda, o fenômeno registrado ontem é normal, mas não é comum. A explicação está na formação de um vórtice ciclônico, um sistema meteorológico que provoca a formação de cúmulos-nimbos (nuvens de chuva), trazendo umidade para a região. No centro dessa formação, o tempo é bom e os ventos são calmos. Já a borda está com mais nebulosidade e ventos mais intensos. O centro está em Salvador. Pernambuco foi atingido pela borda.
O vórtice ciclônico é comum nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, durando, em geral, até março. De acordo com Francis Lacerda, dependendo da persistência do sistema ou da formação de outro vórtice, rajadas como a de ontem podem voltar a ocorrer. A de ontem foi a mais intensa do ano. A partir do mês de abril, outros fenômenos podem provocar características semelhantes. Segundo o Inmet, na estação meteorológica da Várzea o vento atingiu a velocidade de 25,6 Km/h ao meio-dia (brisa moderada na Escala Beaufort). Às 13h, estava a aproximadamente 43 km/h (vento fresco). Segundo o chefe da seção de Previsão do Tempo do Inmet/Recife, Ednaldo Correia de Araújo, em locais com prédios altos e vento canalisado, a velocidade pode ter sido ainda maior que a registrada na estação da Várzea.
Decoração no chão - Os motoristas que trafegaram no início da tarde de ontem pela Ponte Princesa Isabel, no centro do Recife, tomaram um susto. Parte da decoração de carnaval foi derrubada pelo ar em movimento, obstruindo trechos das faixas e atrapalhando o trânsito. Há relatos de que uma placa caiu sobre um veículo na Avenida Conde da Boa Vista. O Corpo de Bombeiros recebeu chamados em 12 áreas: Apipucos, Cabo de Santo Agostinho, Ipsep, Setúbal, Boa Viagem, Itamaracá, Moreno, Campina do Barreto, Afogados, San Martin, Brasília Teimosa, Camaragibe e São Lourenço da Mata. Pelo menos um deles era relativo à queda de uma árvore sobre um carro. Outra desabou sobre o prédio do memorial da Fundação Gilberto Freyre, sem causar danos materiais ou ferir alguém. Vários semáforos deixaram de funcionar por causa da falta de energia. O problema durou cerca de quatro horas em seis cruzamentos, entre eles o da Rua Conselheiro Portela com a Avenida Rosa e Silva. Em Carpina, Zona da Mata, ventos mais fortes tambem foram relatados por moradores.
 Parte da decoração de carnaval na Ponte Princesa Isabel caiu, no centro, assustando os motoristas Foto: Ricardo Fernandes/DP DA Press |
Segundo a coordenadora do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe), Francis Lacerda, o fenômeno registrado ontem é normal, mas não é comum. A explicação está na formação de um vórtice ciclônico, um sistema meteorológico que provoca a formação de cúmulos-nimbos (nuvens de chuva), trazendo umidade para a região. No centro dessa formação, o tempo é bom e os ventos são calmos. Já a borda está com mais nebulosidade e ventos mais intensos. O centro está em Salvador. Pernambuco foi atingido pela borda.
O vórtice ciclônico é comum nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, durando, em geral, até março. De acordo com Francis Lacerda, dependendo da persistência do sistema ou da formação de outro vórtice, rajadas como a de ontem podem voltar a ocorrer. A de ontem foi a mais intensa do ano. A partir do mês de abril, outros fenômenos podem provocar características semelhantes. Segundo o Inmet, na estação meteorológica da Várzea o vento atingiu a velocidade de 25,6 Km/h ao meio-dia (brisa moderada na Escala Beaufort). Às 13h, estava a aproximadamente 43 km/h (vento fresco). Segundo o chefe da seção de Previsão do Tempo do Inmet/Recife, Ednaldo Correia de Araújo, em locais com prédios altos e vento canalisado, a velocidade pode ter sido ainda maior que a registrada na estação da Várzea.
Decoração no chão - Os motoristas que trafegaram no início da tarde de ontem pela Ponte Princesa Isabel, no centro do Recife, tomaram um susto. Parte da decoração de carnaval foi derrubada pelo ar em movimento, obstruindo trechos das faixas e atrapalhando o trânsito. Há relatos de que uma placa caiu sobre um veículo na Avenida Conde da Boa Vista. O Corpo de Bombeiros recebeu chamados em 12 áreas: Apipucos, Cabo de Santo Agostinho, Ipsep, Setúbal, Boa Viagem, Itamaracá, Moreno, Campina do Barreto, Afogados, San Martin, Brasília Teimosa, Camaragibe e São Lourenço da Mata. Pelo menos um deles era relativo à queda de uma árvore sobre um carro. Outra desabou sobre o prédio do memorial da Fundação Gilberto Freyre, sem causar danos materiais ou ferir alguém. Vários semáforos deixaram de funcionar por causa da falta de energia. O problema durou cerca de quatro horas em seis cruzamentos, entre eles o da Rua Conselheiro Portela com a Avenida Rosa e Silva. Em Carpina, Zona da Mata, ventos mais fortes tambem foram relatados por moradores.
Do Diário de Pernambuco
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