terça-feira, 25 de maio de 2010

COLUNA DO Carlos Magano

O profeta e o povo que dormia

Tudo estava do mesmo jeito de muitos anos atrás. Não se via nada de novidade naquele lugar, mesmo com todo empenho dispensado pelo mestre sempre mantendo aquela população informada. Por mais que o mestre ensinasse, Ao invés de dizer, “A esperança é a última que morre” Zé Mobral assim pronunciava: “A esperança é a única que morre!”. Sendo motivos de risos essa errada afirmativa do Zé Mobral, o Profeta repreendeu quem tentava humilhar o Zé vendo no seu erro uma grande verdade. Realmente, a esperança na terra do Presidente do dedo cortado é a única que morre, e depois morre o povo que vive outro provérbio natural daqui, “Quem espera nunca alcança”. O mestre entristeceu.
                Dos comandos maiores, vem a ordem para que o profeta saia  em busca da sabedoria dos ignorantes, pois é onde se costuma nada encontrar, que se encontra. E naquela Terra de cego, quem tem dois olhos é considerado anormal! São esses deficientes visuais, as vítimas dos pedintes cegos de justiça social, que no tempo de eleições saem de casa em casa em busca da esmola, o voto dado pelos ceguinhos.  Tudo isso foi um explicado ao profeta. O mestre fica atordoado com tantos cegos pra cá, cegos pra lá, mas, o povo precisa viver na terra prometida e não na terra comprometida, e igual a Moisés, foi dada ao profeta a missão de conduzir o povo de Ganhalguns.
                Depois de um dia todo em busca dos cegos, o mestre não encontrou essa quantidade mencionada, mas trouxe algumas respostas interessantes, essas ditas em provérbios populares. E nas caladas da noite, o Profeta assim fala com o céu: No alto do Magano me disseram: “O Povo do Magano, gosta de entrar pelo cano!”;  Na boa Vista... “ Aqui no pirulito o povo toma no...!” ; no Mundaú o povo toma..., essa é melhor não mencionar;  e foram muitas reclamações que chegaram todas em forma de provérbios.  O único provérbio animado veio de um morador de Manoel Chel, que disse: Já que estamos na merda vamos lá: O povo de Manoel Chel, agora só dança o Creu! . O céu responde:  Ainda não estou satisfeito, vá novamente  amanhã e me traga uma resposta convincente. Ao chegar em vaias residências, o mestre ouvia nos sons das mesmas aquela canção de ninar, “ Dorme nem nem, deixa o barco virar, ele já ta furado deixa o povo se lascar!”      E não é que o mestre  acabara de descobrir que o mal daquele povo é o sono! Volta o santo homem a assim diz: - O Povo de Ganhalguns vive dormindo senhor!-  ...Há, É por isso que a coisa não anda!  Vê se acorda essa gente Profeta

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