terça-feira, 4 de maio de 2010

Rasgando o Verbo na Rêde

Carlos Magano
 
MENINOS NO MUNDO DO CRIME

A nossa Equipe de reportagem, juntamente com o blog (ugarimpeiro)  conversou com vários meninos na faixa etária de 12 a 16 anos, ligados a criminalidade. Porém, apenas dois toparam falar conosco, mas nos pediram que não colocássemos sequer as letras referentes aos seus nomes. Nem o lugar onde moram. Nessa matéria, usaremos para os mesmos, nomes criados por nós.
            João foi um deles. Com apenas 14 anos de idade, tendo pais separados, Aos 8 anos, começou a chegar em casa nas altas horas da noite, e sua mãe, (afirmou) no começo o repreendia e até lhe castigava, mas depois, disse que isso foi relaxando, o que serviu como  primeiro passo para o mesmo conseguir as companhias que o levaram ao ingresso no mundo do crime. Usa drogas de todas as espécies, e já cometeu pequenos roubos e furtos, e afirma que nunca matou ninguém, o que é difícil de se acreditar, pois o mesmo nos mostrou um revolver municiado, calibre 38. Já estudou, e atualmente não pensa em continuar. Vende drogas, e a maioria das suas ações, acontecem fora de Garanhuns. Não quis mais entrar em detalhes e nos pediu para terminar.
            Alfredo, 16 anos, não é da cidade, mas sempre vem aqui visitar os colegas de ofício. Foi taxativo no que se refere a matar. Com ele não tem boquinha não! (afirmou). Usa todos os tipos de drogas, já tem dois homicídios que nunca foram descobertos. Já foi preso, mas ganhou a liberdade e afirma que onde esteve detido, ganhou mais experiência e hoje é um líder na comunidade onde mora. No momento em que conversamos, esse estava com sua namorada, a qual negou participar desse tipo de  ação, porém afirma saber das mesmas. Alfredo, quer sair dessa vida marginal, porque, diz não ter paz e pensa em fazer uma parada das boas, ganhar uma boa grana, e deixar de vez esse tipo de vida.
            Não foi permitido por ambos usar o gravador.
            Será que não tem mais jeito essa nação? A miserabilidade é a fonte da marginalidade e isso ficou mais evidente para nós, quando os dois garotos nos contaram sobre as suas condições de vida. A fome esteve presente quase que em todos os dias nas  vidas dessa crianças, que vendo a oferta fácil, se envolveram no crime, sem tomar  conhecimento de fato, dos perigos que corriam e da gravidade. Na realidade, o que houve, foi o abandono do poder público, a má distribuição de renda, que levou João e Alfredo a esse mundo obscuro. Que Deus tenha piedade! Brasil,zil,zil,z il!!!  

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