terça-feira, 8 de junho de 2010

“AÇÃO GLOBAL”, ATUANDO NAS CIDADES POBRES

A “Ação Global” promovida pelo SESI e Rede Globo, em nossa cidade, no dia 22 de maio de 2010, acontece periodicamente em algumas cidades do interior pobre e atrasado como é o caso da nossa querida e semi-destruída  Garanhuns. Por coincidência, ou não, em Garanhuns a Ação Global acontece  de quatro em quatro anos, geralmente no ano eleitoral, com direito a caminhadas do burguês e deputado federal Armando Monteiro, acompanhado pelo seu estado maior em Garanhuns, a exemplo do deputado estadual Izaías Régis, do prefeito Luiz Carlos, dentre outros correligionários do burguês e presidente da CNI – Confederação Nacional da Indústria.
A “Ação Global” acontece, na maioria dos eventos,  em cidades pobres, do interior, e atrasadas politicamente onde alguns  políticos desfilam como se fossem todos poderosos, pop star e porque não dizer, o próprio Rei.
Trata-se de uma ação articulada do empresariado, incluindo a Rede Globo de Televisão, com a participação de alguns organismos do Estado Burguês, a exemplo da própria justiça, etc.
É uma ação de grande impacto que procura substituir em um único dia, a responsabilidade do Estado com os cidadãos. Na “Ação Global” se tira Carteira de Identidade, CPF, Certidão de Nascimento, Atendimento Jurídico, Orientações sobre os serviços do INSS, fotografia, fotocópia, alimentação inteligente, corte de cabelo, orientação sobre urna eletrônica, audiência de instrução e julgamento, consulta médica, teste de Hepatite B e C, etc. Desta forma, a   burguesia fica muito “engraçada”.
Por outro lado, o  Estado tem a obrigação de diariamente exercer os mesmos trabalhos desenvolvidos pela "AÇÃO GLOBAL".
O SESI e a Rede Globo de Televisão, fazem a sua intervenção política-social, porque o Estado não está sendo eficiente. O Prefeito, Luiz Carlos, permite que o trânsito seja desviado, por mais de duas semanas, devido ao espaço que foi ocupado pela "AÇÃO GLOBAL", porque ele não tem força política para impedir essa ação dos poderosos. E os poderosos fazem tudo isso porque existem vários bolsões de pobreza em nossa cidade, os quais NÃO TEM MORADIA, ASSISTÊNCIA MÉDICA, EMPREGO, ETC.
Nas cidades RICAS, existem pessoas que vivem na pobreza, mas o Estado está mais presente e atendendo as suas necessidades básicas, daí a "AÇÃO GLOBAL" não chegar lá.
Porque nas cidades RICAS, as pessoas pobres tiram a sua Carteira de Identidade com facilidade, enquanto que nas cidades POBRES, as pessoas sofrem para exercer esse direito.
Garanhuns é uma cidade POBRE, porque a sua economia é frágil. Falta emprego, produção industrial, agrícola e de construção civil.
Portanto, esse tipo de “Ação Global” só acontece em regiões pobres do Nordeste Brasileiro e em cidades do interior. Não é do meu conhecimento que esse tipo de ação tenha ocorrido em cidades ricas como Uberlândia, Contagem, Campos do Jordão, São José dos Campos, Joinville, Campinas, Gramado, etc.
Além do mais, se gasta muito dinheiro para um único dia de "Trabalho" e "Atendimento" ao público.
Assim, o movimento “Ação Global”, não é ilegal, mas é um movimento integrante do Estado Burguês com a participação de organismos da iniciativa privada e do próprio Estado. Para combater isso aí, temos que construir uma nova sociedade onde não exista a exploração do homem pelo próprio homem, ou seja, uma sociedade igualitária e socialista. Portanto, não cabe denunciar, nesse caso específico, só por simplesmente denunciar. Cabe sim, uma luta tenaz para podermos derrotar, nas urnas, os representantes da burguesia, o que me parece uma missão muito arrojada, a qual depende da politização da população.
Convém lembrar que o Ministério Público, o TRE, o Exército, a Polícia, etc, são organismos do Estado Burguês, e a grande maioria dos políticos estão aí para defenderem a manutenção do status do Estado Burguês, alicerçado pela economia capitalista.
A "Ação Global" representa um movimento bem orquestrado da burguesia e que geralmente atua em cidades pobres como é o caso da nossa querida e mal tratada Garanhuns.
Paulo Camelo de Holanda Cavalcanti,  engenheiro civil e militante do PSOL.

Nenhum comentário:

Postar um comentário