segunda-feira, 7 de junho de 2010

CINE ELDORADO E O FILME “CHICO XAVIER”: PRA REFLETIR‏

Como profissional da área de humanas, às vezes, me surpreendo em situações em que a
análise de mim mesmo me traz inúmeros questionamentos negativos. Eis que há tempos
me questiono acerca do filme que retrata a vida de Francisco Cândido Xavier e a
simples não inclusão do mesmo na programação do cinema local da cidade onde resido,
Garanhuns, Pernambuco.

Me pergunto: Por que não me posicionei antes a respeito e até mesmo não alicercei
algum tipo de cobrança por maiores explicações? Poderia indagar acerca de várias
justificativas, mas prefiro assumir que optei pela omissão. Mas como muito se diz
por tempos pretéritos, “Nunca é tarde”! Pois bem, eis me aqui para redimir-me comigo
mesmo. Assusta-me ainda nos tempos atuais cercados por “modernidades” e “por
pré-conceitos sobre preconceituosos” deparar-me com tamanho absurdo.

Creio não caber aqui discussão de méritos e posicionamentos religiosos, até porque,
embora seja absolutamente um espírita, acredito num Deus único cuja presença está em
todos os locais onde se busca a prática da caridade e a crença em valores morais
sólidos. Li em algum dos múltiplos blogs espalhados por aí uma justificativa da
administração do Cine Eldorado, onde esclarece que a não exibição deveu-se ao fato
de que a distribuidora do filme, a Downtown filmes, teria feito exigências
contratuais difíceis de serem adotadas, incluindo o não interesse capitalista em
função do preço da entrada aqui ser bem menor do que em outras salas de cidades
maiores. A mesma distribuidora de filmes como “Divã; Lula, o filho do Brasil; Meu
nome não é Johny” e muitos outros que tiveram estréias nacionais e/ou exibições,
neste mesmo Cine Eldorado. Incoerência? Incongruência? Não sei mais...

Resta-me lamentar e entristecer-me por tão retrógrada postura daqueles que em nossa
cidade, representam a “sétima arte”, termo este, criado porr Ricciotto Canudo no
Manifesto das Sete Artes, em 1911 exatamente para contrapor o pensamento
predominante, naquela época, inicio do século XX, de que se tratava da arte apenas
dos iletrados e das massas. De que valem os termos, os manifestos, as massas, se as
decisões ainda cabem à cabeças nada democráticas e pouco pensantes??

Felizes são as mais de 3 milhões de pessoas que assistiram a este belo filme em todo
o mundo! Para mim, pra você que também nao compreende o que esta claramente
compreensível, fica a mensagem belíssima do próprio Chico Xavier:

Perdoa agora, hoje e amanhã, incondicionalmente. Recorda que todas as criaturas
trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhe são peculiares, tanto quanto,
ainda desajustados, trazemos também as nossas.

Garanhuns, 05 de junho de 2010.

Jalmir Pinheiro de Souza Júnior

Publicado no meu site www.jalmirpinheiro.tk em 05/06/2010

Prof. Jalmir Pinheiro de Souza Junior
Administração e Planejamento Rural
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UAG

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