sábado, 31 de julho de 2010

LÍNGUA SOLTA (Carlos Magano)


O FRIO E CALCULISTA FESTIVAL DE INVERNO 
Arte é a técnica de se mostrar as habilidades nascidas das idéias inspirações e emoções em cada ser suscetível a estas sensíveis manifestações interiores. E cultura e o “indumentário” de conhecimentos pelo o qual aflora a sensibilidade de se enxergar a arte. Essas são as minhas definições para ambos, muito embora ainda ache que em certos casos, mesmo os dotados a percepção cultural, cegam diante das profundidades, as quais imergem certos artistas, emergindo-se, pois, com resultados tão fantásticos que para muitos se trona incapaz a compreensão.
Não quero com isso dizer que um diploma oriundo de cursos sérios, em faculdades sérias, não sirva para sedimentar essa percepção. Entretanto, tem casos que mesmo implantando em certas pessoas uma enciclopédia, estas não chegam e se detectarem como incapazes. Não somente uma formação técnica lhes confere esse estar, mas, a sensibilidade também. É preciso além de avaliar, sentir.  O filósofo Sócrates já dizia: “É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal”.    
É dentro desse panorâmico frio e calculista que pousa o nosso Festival de Inverno. Não posso atribuir culpa a pessoas da arte; mas, aos aproveitadores dela, sim. Dessa maneira que dirimem os nossos verdadeiros talentos, jamais seremos motivos de orgulho nos arquivos  discotecários dos nossos visitantes. Mesmo dentro desse inóspito lugar para a arte local, ás vezes, por intermédio dos Deuses uma ou outra atração daqui ameniza a nossa indignação e foi quando bati no peito em resposta a alguns amigos da cidade de Olinda, dizendo: Esse Grupo é daqui! Valeu Sambada de Viola!   Aí, eu senti calor!
Sei que diversas coisas podem acontecer para que não se cumpra o óbvio. Entretanto, quem tem uma sensibilidade cultural jamais aceita, se expõe, e deixa a arte ser estuprada. Se isso acontece é porque a nossa tendência de frio e calculista já se tornou peculiar.

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