segunda-feira, 16 de agosto de 2010

LiteraturInteratividade


Minha realidade seria a loucura



E depois que ela dormiu, também cai no repouso noturno. Antes que alguns sentidos sossegassem, pude ainda sentir através do tato uma estrutura quente e flexível. Um corpo que se entregava ao ambiente do quarto igual um rio que confia seu destino a um mar feroz. Ouvi o cair da chuva, longe, alguma pessoa cantava Poema do Ney Matogrosso. Enquanto na música alguém teve um pesadelo e acordou a tempo, eu iniciara um sonho.
Neste devaneio, eu me apresentava moreno com uns sessenta (60) anos e não usava óculos. Dizia que enxergava as pessoas através de suas palavras. Nas tardes de domingo eu tentava impedir os jovens de irem para seus encontros de grupo jovem nas igrejas da cidade. No centro de uma praça instruía as pessoas sobre quando era ou não amor na vida delas a partir dos seus relatos.
Acordei. Não sei se a tempo de alguma coisa. Mas, acordado pude muito bem relaxar. Ainda fazia parte do meu discurso real o verso cantado pela Cássia Eller: “Pois sou criança e não conheço a verdade, eu sou o poeta e não aprendi amar”.
... Só em sonho, já mais iria dar lições sobre o amor. Carecer-me-ia de aprender algo desse sentimento. Já imaginou eu proferir tais palavrasɁ: “... Compor o quadro dos íntimos, não é apenas estar juntos os corpos, nem solicitar atitudes que me correspondam, mas sim, analisar seu sentimento no reflexo do brilho que erradia dos olhos do outro. É espelhar-se e ser espelho. É ser dois sendo apenas um”. Que bom que “sonho que se sonha só é apenas sonho”. Perigoso seria se na mesma noite outros tivessem o mesmo delírio noturno. Aí, minha realidade seria a loucura.
Do Blog Camilorsmunga

Um barco à deriva

Quando se perde a capacidade de sonharEnvereda-se para o outono da vidaBloquea-se emoções e sentimentos
Fica-se qual barco à deriva em alto mar
Qual folha seca levada ao vento
Qual um pássaro sem rumo a vagar
Desencanto é tormento persistente
Nebulosa insistente a machucar
Forna opaco o que é multicolorido
Deixa a vida um tanto sem sentido
E o único remédio indicado
É tentar conjugar o verbo amar
Do Blog Divagando

Nenhum comentário:

Postar um comentário