domingo, 26 de dezembro de 2010

Cum'era a vida no Sertão

Sou matuto sou brejeiro
Me criei nos cafundó
Sou sertanejo da gema
Das banda de Igapó
Lá quando o Sol tá apino
Castiga a pele sem dó

Campeei gado nas brenha
Ranquei tôco Fui carreiro
Morei em casa de taipa
A dispois fui ser olero
Fiz tijolo até fiz teia
Pás galinha fiz pulero

Num fiz teia cuma aranha
Mas pá cubrí os celeiro
Donde guaradava os provento
Trabaio d'um intero
Tombém pá fazer tapera
Qui'abrigava os cumpãiero

Nos tempo de trovoada
As gotera pretubava
Pingava pru todo lado
Nus cantinho nois ficava

Seu minino num li conto
Ocê difice acredita
A vida de sertanejo
Até parece desdita
Mas juro q'é assim mermo
Quem viu de perto acredita

Nus tempo d verão brabo
Nas catinga eu m'infiava
Mandacarú pru rebanho
Era o qui a gente incontrava
Os bichin cumia tanto
Qui as veis  até se babava

Iscola num tinha lá
Vim istudar quando grande
Não no sintido de artura
Pois piquenin inda sou
Mas falando de idade
Cuma dizia vovô

Mermo assim istudei pouco
Pois quando vim pá cidade
Vi tanta muier faceira
Qui mingracei de verdade
Poquim aprendí a ler
Essa é a pura verdade

Discurpe as tanta tronchura
Qui rabisqei nesses verso
Mas achei qui era bom
Contá pá todo Universo
Qui a vida lá no Sertão
Era assim mermo eu confesso

Crédito imagem: Prozac1.

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