sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ministério Público Federal pede prisão de trio acusado de desviar dinheiro do Bolsa Família no Pará

BELÉM - O Ministério Público Federal (MPF) quer que uma quadrilha que contava com um funcionário da Caixa Econômica Federal seja condenada por cometer saques ilegais em nome de beneficiários do programa Bolsa Família no município de Altamira, no sudoeste do Pará. Os três chegaram a ser presos em maio de 2009, mas receberam o direito de responder o processo em liberdade.
De acordo com a procuradora da República, Daniela Caselani, a intenção do MPF é que os acusados sejam condenados.
- Quando recebemos o inquérito da Polícia Federal com a história do fato, denunciamos à Justiça para pedir que sejam todos presos por estelionato. A pena é de reclusão de até cinco anos. Esperamos que o processo seja rápido.
A suspeita surgiu após denúncia anônima em fevereiro de 2009, quando o próprio banco recebeu informações sobre a fraude e constatou, após análise dos cadastros efetuados no programa entre janeiro e fevereiro daquele ano que documentos não possuíam os termos de responsabilidade para o uso de senhas. Com apuração, descobriu-se que as senhas eram referentes aos beneficiários com endereço em municípios próximos a Altamira, como Uruará, Brasil Novo e Medicilândia.
Entre os acusados, estão Jazon S. N., funcionário do banco apontado como mentor da quadrilha, já que possuía acesso ao cadastro de novas senhas, além de Gilson B. V. e Cristiano da S. C., que foi preso em flagrante enquanto realizava saques do programa com cartões de outras pessoas. Ao todo, Cristiano possuía 12 cartões do Bolsa Família. Os dois últimos eram responsáveis por realizar os saques e repassar o dinheiro para Jazon.
De acordo com o Ministério Público, em contato com uma das cadastradas, moradora de Uruará, a Caixa descobriu que a cliente desconhecia o fato de ser uma das contempladas do programa e que também não sabia da existência do cartão para o saque do benefício.
Em poder da quadrilha, foi encontrada uma arma calibre 38 com munição e sem registro ou autorização da Polícia Federal, na casa de Jazon. Além disso, de acordo com o inquérito policial, 35 cartões foram utilizados. A ação dos acusados durou pelo menos 11 meses, período em que realizaram cerca de 385 saques ilegais.
Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que "instaurou procedimento interno de apuração de responsabilidade contra o funcionário".

Do Jornal O Globo

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