quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Governo acerta detalhes de plano

Lula faz reunião com ministros para analisar projeto sobre banda larga



Ricardo Stuckert/02.fev.2010//PRFoto por Ricardo Stuckert/02.fev.2010//PR
Lula durante reunião com membros da sociedade civil realizada
na semana passada para discutir o projeto para a internet rápida
Depois de três meses de discussão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai receber nesta quarta-feira (10) o plano elaborado por técnicos do governo com o objetivo de aumentar o uso da banda larga (internet rápida) no país. A expectativa é que na reunião, que vai ter a participação de vários ministros, sejam definidos os detalhes do programa, que deve ser apresentado oficialmente até o fim do mês.
O principal ponto de discórdia no próprio governo e no mercado é o quanto o Estado vai intervir no setor, que foi privatizado em 1998.
O objetivo do Plano Nacional de Banda Larga é popularizar o sistema, que, apesar de ter crescido nos últimos anos, ainda é caro e pouco eficiente. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que o acesso à internet em casa somente via banda larga passou de 41,2% para 80,3% do total de usuários brasileiros, entre 2005 e 2008.
Mas, segundo dados divulgados no ano passado pela UIT (União Internacional de Telecomunicações), órgão ligado à ONU (Organização das Nações Unidas), o brasileiro ainda paga um preço muito alto para ter acesso ao sistema. O país ficou em 77º lugar em um ranking que mede o quanto o valor da banda larga representa na renda da população. A pesquisa indicou que o custo por mês pelo serviço equivale a 9,6% da renda média do brasileiro. Nos Estados Unidos, líder da lista, esse índice é de 0,4%.
O Brasil ficou atrás de outros países em desenvolvimento como Rússia, que aparece na 37º colocação, Índia (73º) e China (75º). Ficamos atrás também dos nossos vizinhos uruguaios (54º), venezuelanos (60º), argentinos (71º) e chilenos (72º). Isso indica que nesses países se paga menos pela banda larga.
Investimento pode chegar a R$ 14 bilhões
O principal objetivo do governo é baixar os preços cobrados pelo sistema – durante reunião realizada na semana passada, membros do governo falaram em preços que podem variar entre R$ 15 e R$ 35 por mês, dependendo da velocidade de conexão. A meta é criar mais 20 milhões de pontos de acesso à banda larga em mais de 4.000 municípios.


O investimento a ser feito no programa vai de R$ 3 bilhões até R$ 14 bilhões, dependendo do modelo escolhido pelo governo (de oferecer apenas a rede ou a conexão completa). Mas a tendência é que a atuação do governo no setor fique mesmo na questão de infraestrutura, levando o cabeamento, por exemplo, para locais que não têm a rede ainda. O serviço para o público final seria oferecido por parceiros do governo, como empresas, ONGs ou outros órgãos públicos, como prefeituras.
João Paulo Bruder, analista de telecomunicações da consultoria IDC, disse ao R7 que essa é a decisão "mais acertada", já que vai atrair atenção para mercados que não são atrativos para as empresas comerciais.
– Você vai atender um mercado que, por si só, não é economicamente atrativo. Isso não acontece porque as empresas são malvadas, mas sim porque vivemos em um sistema capitalista. Se atuar na infraestrutura, o governo vai mexer nessa equação e dar atenção a locais que não são tão atrativos para as grandes empresas, mas podem ser um nicho importante para um pequeno provedor, por exemplo. Isso força a visão para fora

Do R7.com

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