quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Previsão de Einstein é confirmada com precisão crescente

PARIS (AFP) - Uma previsão fundamental da teoria geral da relatividade, enunciada em 1915 por Albert Einstein, foi verificada com precisão 10.000 vezes maior do que num teste anterior, realizado em 1976, segundo uma pesquisa publicada nesta quarta-feira na revista científica Nature.

"O resultado mostra mais uma vez que a teoria de Einstein descreve efetivamente o mundo real", no qual a gravidade influencia a passagem do tempo, explicou um comunicado da Universidade de Berkeley, na Califórnia.
Experimentos realizados em aviões e foguetes já haviam demonstrado que, sob o efeito da aceleração causada pela gravidade, um relógio desacelera seu "tic-tac" em relação a um relógio mantido na Terra. Em 1976, uma experiência feita pela Nasa já haviam conseguido apurar esta diferença.
Longe de serem puramente teóricos, os resultados dos novos experimentos têm implicações para os satélites do sistema de GPS, que precisam de relógios de extrema precisão, indicou Holger Müller (Universidade da Califórnia), principal autor da pesquisa.
O GPS "pode determinar a posição com precisão milimétrica" com satélites que transportam relógios atômicos. Mas um aumento da altitude de apenas um metro bastaria para reduzir levemente sua precisão, já que qualquer afastamento do centro da Terra diminui a gravidade, explicou o cientista.
"E, como são utilizados relógios cada vez mais precisos, precisamos conhecer a influência da gravidade", acrescentou.
O experimento realizado por Müller e sua equipe com átomos de césio acondicionados com a ajuda de laser frio durou apenas 0,3 segundo. Durante este tempo, a diferença de passagem do tempo entre um átomo de césio que caía 0,1 milímetro sob o efeito da gravidade e o mesmo átomo em reposo pôde ser medida com extrema precisão: uma fração de segundo equivalente a um decimal precedido por 28 zeros depois da vírgula.
Algo difícil de imaginar, o que leva Müller a traduzir as repercussões da experiência em outra escala de tempo: se a queda de um átomo durasse 14 bilhões de anos, ao invés de 0,3 segundo, a diferença de tempo medida "teria sido de 0,01 segundo, e a precisão da medida de 60 picosegundos (bilionésima parte de um segundo), ou seja, o tempo que a luz leva para percorrer um centímetro".
Da AFP ParisDiário de Pernambuco

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