quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Que tal mais sete dias para o carnaval?

Balanços // A festa terminou ontem. E as cidades-irmãs, Recife e Olinda, só têm o que comemorar em relação à folia

O carnaval terminou pra valer somente ontem com as cinzas, mas as cidades do Recife e Olinda continuam comemorando. Além de recordes no número de turistas, em torno de 780 mil visitantes, mais de 2,3 milhões de foliões brincando nas duas cidades-irmãs, o principal motivo para tanta festa foi a queda no quesito violência. Olinda teve 60% a menos de ocorrências policiais e chegou à Quarta-feira de Cinzas sem contabilizar nenhum homicídio ou casos mais graves. Recife registrou um assassinato na festa, em um bloco no Jordão Alto. No estado, dados que serão consolidados hoje pela Secretaria de Defesa Social (SDS) apontam redução de 7% no índice de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLT) - homicídios - e uma diminuição de 19,7% no percentual de Crimes Contra o Patrimônio (CVP) - assaltos, sequestros, entre outros. Saldo que ilustra que o carnaval de Pernambuco foi um dos mais tranquilos dos últimos anos. E, para o próximo, a promessa de que a festa vai se agigantar ainda mais. Em 2011, a Prefeitura do Recife pretende esticar a folia por mais sete dias. Isso mesmo. A semana pós será para aqueles que não se cansam nem com as prévias. Tampouco após os quatro dias oficiais de carnaval.


Para a alegria de quem quer brincar mais, no Recife festa poderá ser prolongada em 2011 Foto: Alcione Ferreira/DP DA Press
Ontem, a quarta-feira nem de longe foi "ingrata". Essa intenção de alargar a festa já é realidade entre os foliões que, em busca do último suspiro de carnaval, negam-se a deixar as ruas. Saem atrás de blocos como o Munguzá do Zuza e o Bacalhau do Batata, em Olinda, e Os irresponsáveis, no Recife. Ou acompanhando Alceu Valença da varanda de sua casa, que voltou a aparecer quatro anos depois no bloco Bicho Maluco Beleza para cantar junto com a multidão da Rua Prudente de Morais. Uma quarta, portanto, sem motivo para lágrimas. Afinal, ainda era carnaval. E sábado tem mais frevo no desfile das agremiações campeãs, no Marco Zero. No domingo será a vez dos policiais colocarem o bloco na Avenida Boa Viagem: o Camburão da Alegria.

A cada ano, Recife e Olinda atraem número maior de foliões. Gente que grita os hinos e empurra o frevo para novoslugares. De cada canto do Brasil, uma cara diferente escolheu vir pra cá. Como se daqui fossem, vestiram-se de sonho e saíram para encher as ruas de alegria, sem vergonha nem pudor. Se em Olinda a maioria dos turistas parte de São Paulo e da Paraíba, no Recife a população é de uma heterogeneidade, uma mistura de ritmos e raças sem fim. A primeira, sede das troças de rua, do carnaval espontâneo e dos bonecos gigantes, fez bonito: mais de 1,5 milhão de foliões nos cinco dias de festa. Mais que o dobro da população da cidade histórica. De turistas, foram 70 mil.

Já Recife, além da capital do frevo, crava seu nome como a metrópole dos números superlativos em matéria de carnaval. Uma festa que a cada mês de fevereiro se torna cada vez maior. Neste ano 706 mil turistas passaram pela cidade, 41 mil a mais que no ano passado. Só o Bairro do Recife, que reúne os palcos mais badalados da festa (Marco Zero, Polo das Fantasias e Polo Mangue), reuniu 200 mil pessoas por dia. No polos descentralizados, a periferia rompeuas barreiras imaginárias que a separam do "centro". Mais de 52 mil pessoas assistiram a shows de biscoitos finos como Arnaldo Antunes, na Várzea, e Benito di Paula, em Chão de Estrelas.

Do Diário de Pernambuco

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