sábado, 5 de junho de 2010

Carlos Magano


Pesquisa da Fecomércio aponta que a classe média baixa será o foco do sistema financeiro
Quem leu as minhas matérias falando de economia, como por exemplo, “A IMINENTE CRISE NA EUROPA” sabe que eu defendi como principais engrenagens de sustentação dentro desse sistema capitalista, as classes pobre e média, e que a quebradura nos EUA se deu por falta de investimento nestas duas classes, por serem elas as que mais produzem e consomem.
Agora, para minha satisfação, vejo estampada em quase todos os jornais que a matéria abaixo nada mais retrata do que a concordância em gênero, número e grau com tudo aquilo que mostrei através do Blog ugarimpeiro e o Jornal Língua Solta. O conceito matemático em se tratando de economia, tem que passar por uma reformulação, para se compatibilizar com o novo comportamento de consumo que ora o mundo adota. Veja a seguir as conclusões dessa pesquisa.         
O consumo dos brasileiros mais pobres, com renda entre R$ 1.020 a R$ 2.550, chegará a ser o dobro das famílias mais ricas, que ganham acima de R$ 5.100, até 2012, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (2) pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de São Paulo). Os mais pobres responderão com 8% do consumo enquanto os ricos representarão apenas 4% do total.
Os analistas apontam que essas classes foram as mais beneficiadas com os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e programas de financiamentos, como o Minha Casa, Minha Vida, voltado ao setor da habitação. Com isso, aumentou o acesso dos brasileiros de classe média baixa ao crédito, o que impulsionou o consumo mais entre esse grupo do que nas classes mais ricas.
Somente no ano passado, as classes sociais C, D e E consumiram R$ 864 bilhões, equivalendo a 78% do volume gasto pelos mais ricos (R$ 1,10 trilhão). Um dos motivos dessa mudança é que os brasileiros devem começar a gastar mais com itens ligados a habitação, ou seja, na realização do sonho da casa própria por meio de financiamentos, do que com alimentação.
Atualmente, as famílias com renda de R$ 1.020 a R$ 2.550 são as que mais gastam com alimentos. Elas consomem R$ 4,4 bilhões no setor ao passo que os brasileiros ricos, com renda acima de R$ 15.300, gastam R$ 2,28 bilhões. A mudança no perfil do consumo, esperada para os próximos anos, já mostra uma maior qualificação da classe média, segundo Fábio Pina, economista da Fecomércio.
- Certamente, nos próximos anos, o consumo de alimentos vai representar cada vez uma parcela menor do orçamento das famílias, enquanto itens de habitação tendem a ganhar espaço. Essas mudanças serão mais evidentes entre as famílias das classes C, D e E.
O crescimento no consumo dos brasileiros poderá trazer um rombo maior nas contas correntes do governo, à medida que os investimentos públicos e as despesas também se tornarão maiores com o aumento da população, segundo o economista.
Neste ano, as contas correntes (saldo das contas públicas brasileiras) podem fechar com um rombo de mais de R$ 90 bilhões (US$ 50 bilhões). Se o crescimento nos gastos e na população continuar, a partir de 2013 o valor poderá chegar a R$ 540 bilhões (US$ 300 bilhões), ou 6% do PIB.

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